Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Espaço de palavra, silêncio, cores, música, poesia, busca e criação!
28 novembro, 2011
Com licença poética - Adélia Prado
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Oi Renata! Obrigada pela visita! Estava aqui dando uma passeada pelo seu blog quando me deparei com a "Metade" de Oswaldo Montenegro. Tive que ouvir e me encheram os olhos de lágrimas, essa música diz absolutamente tudo de mim, adoro o Oswaldo e essa música em particular fui muito importante numa época da minha vida. Valeu pela visita, volte sempre! Qdo quiser encontrar um bom poema, já sei onde procurar!... Beijo grande! Vy
ResponderExcluirOlá Vy,
ResponderExcluir"Metade" de Oswaldo Montenegro foi fundamental para mim em mais de um momento da minha vida - os quais nomeio de 'noite escura da alma'. Nos momentos mais difíceis e introspectivos ouço essa música e sinto exatamente cada palavra ecoando dentro de mim!!!
Pois metade de mim é amor...
Maravilha ter você por aqui!!
Visite-nos mais vezes e deixe um recadinho!
um grande abraço,
Renata.