09 junho, 2021

Meus ritmos

Sinto e sei que sou "Nascente de Beleza", fonte de onde brotam poemas, aflições, canções, ansiedades, danças e muitos medos. Cada fio tecido nas colchas de retalhos de minha trajetória são banhadas a sangue e suor, lágrimas de alegria e de trsiteza. Sentimento aqui é fartura. Porém, e talvez por isso mesmo, sinto e sei que existe um lugar vibrando saúde e paz dentro de mim! Somos muitas Renatas, interconectadas, em uma dança melodramática de contato improvisação. Muitas cores, tons, sons e cjeiros em meu jardim sagrado que pulsa do lado de dentro das minhas entranas, minhas vísceras me contam histórias e narrativas que cultivo em mim. Um mundo narrativo em que cada ponto de vista tem lugar e o diálogo, com respeito, dignifica todas as possibilidades de existir, honrando tudo que pulsa vida em mim. Tenho aprendido diariamente a importânca das pequenas transgressões em minha existência. Após um profundo mergulho na obra "A Alma Imoral", quase posso afirmar que renasci. Pois que o lugar de jurgar menos e tentar corresponder menos às expectativas alheias é muito caro para mim, que sempre busquei desesperadamente a aceitação e o amor dos que me reodeiam - principalmente meu pai e minha mãe - na tentativa de sentir-me pertencendo, conseguir me ver fazendo parte e "encaixada" em algo. Na verdade, eu meio que sempre me senti um "patinho feio", esse é, de fato, o conto mais importante em minha existência. Nasci em uma família composta por pessoas práticas, disciplinadas, assertivas e ansiosas. Quanto ao aspecto da ansiedade, herdei sim, totalmente! Mas, no mais, eu, um ser artístico, extremamente sensível, demasiadamente subjetiva e intensa, ficava me perguntando "o que há de errado em mim?". Haveria de ocorrer uma intensa ruptura ante às minhas crenças errôneas de quem eu "deveria ser para ser aceita", para que eu pudesse ao menos vislumbrar a minha verdade em minhas vulnerabilidades e as minhas belezas neascendo das minhas dores, dos meus talentos, da luz e sombra que existem em mim e que são reais, não há como fugir. O canal de expressão foi aos poucos se fortalecendo. Não houve uma ruptura selvagem, nem uma fase de rebeldia. O contato com a arte - principalmente o canto , a dança e a música a partir do aprender a tocar violão - e o contato com a natureza em todas as suas expressões foram e tem sido ambas fonte de cura em minha trajetória de "volta para casa" e de conquista de quem eu sou. É preciso realmente muita coragem para olhar para dentro e não sair correndo! Para conseguir soltar o controle e parar de julgar, apenas olhar como uma observadora atenta e confiante na melhora e no crescimento constante no processo de vir a ser. Senti, e sinto, em muitos momentos, certo desamparo, e muita dor. Mas em todos esses instantes eu logo peço ajuda e sou abundantemente socorrida, amparada e acarinhada! Sou grata! É fato que ainda fujo bastante da dor, ainda me parece ser um tanto assustador! Mas estou adquirindo o hábito de seguir avante!