05 dezembro, 2015

Preces e Orações: Reencontro - Adélio Neves / Poema da Gratidão - Amélia Rodrigues

Repertório:

1. Pai Nosso (Monsenhor Horta,
psicografado por Chico Xavier)
2. Oração de Francisco (Francisco de Assis)
3. Oração do Equilíbrio (Domínio Público)
4. Oração do Reconhecimento (Domínio Público)
5. Prece de Cáritas (Domínio Público)
6. Reencontro (Adélio Neves)
7. Não Posso Dizer Pai Nosso (Domínio Público)
8. Salmo 23
9. Salmo 27
10. Salmo 91
11. Aos Anjos Guardiães e aos Espíritos Benevolentes
12. Poema da Gratidão (Amélia Rodrigues,
psicografado por Divaldo Franco)
13. Seis Horas (Ave Maria) (Flávio Fonseca)
 
 
REENCONTRO
Adélio Neves

Deus, passei tanto tempo te procurando, não sabia onde estavas.
Olhava para o infinito, não te via, e pensava comigo mesmo:
“Será que tu existes?”
Não me contentava na busca e prosseguia.
Tentava te encontrar nas religiões e nos templos,
Tu também não estavas.
Te busquei através dos sacerdotes e pastores,
Também não te encontrei.
Senti-me só, vazio, desesperado e descri.
E na descrença, tropecei.
E no tropeço caí.
E na queda, senti-me fraco.
Fraco, procurei socorro.
No socorro encontrei amigos;
Nos amigos encontrei carinho;
No carinho, vi nascer o amor.
Com amor, vi um mundo novo.
E no mundo novo resolvi viver.
O que recebi, resolvi doar.
Doando alguma coisa, muito recebi.
E recebendo, senti-me feliz.
E ao ser feliz encontrei a paz.
E tendo paz foi que enxerguei
Que dentro de mim é que tu estavas,
Foi em mim que, sem procurar,
Eu te encontrei.


POEMA DA GRATIDÃO
Amélia Rodrigues psicografado por Divaldo Franco

Muito obrigado Senhor!
Muito obrigado pelo que me deste.
Muito obrigado pelo que me dás.

Obrigado pelo pão, pela vida, pelo ar, pela paz.
Muito obrigado pela beleza que os meus olhos vêem no altar da natureza.
Olhos que fitam o céu, a terra e o mar
Que acompanham a ave ligeira que corre fagueira pelo céu de anil
E se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil.


Muito obrigado Senhor!
Porque eu posso ver meu amor.
Mas diante da minha visão
Eu detecto cegos guiando na escuridão
que tropeçam na multidão
que choram na solidão.

Por eles eu oro e a ti imploro comiseração
porque eu seique depois desta lida, na outra vida, eles também enxergarão!


Muito obrigado Senhor!
Pelos ouvidos meus que me foram dados por Deus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro
A melodia do vento nos ramos do olmeiro
As lágrimas que vertem os olhos do mundo inteiro!

Ouvidos que ouvem a música do povo que desce do morro na praça a cantar.
A melodia dos imortais, que se houve uma vez e ninguém a esquece nunca mais!
A voz melodiosa, canora, melancólica do boiadeiro.
E a dor que geme e que chora no coração do mundo inteiro!

Pela minha alegria de ouvir, pelos surdos, eu te quero pedir
Porque eu sei
Que depois desta dor, no teu reino de amor, voltarão a sentir!


Obrigado pela minha voz
Mas também pela sua voz
Pela voz que canta
Que ama, que ensina, que alfabetiza,
Que trauteia uma canção
E que o Teu nome profere com sentida emoção!

Diante da minha melodia
Eu quero rogar pelos que sofrem de afazia.
Eles não cantam de noite, eles não falam de dia.
Oro por eles
Porque eu sei, que depois desta prova, na vida nova
Eles cantarão!


Obrigado Senhor!
Pelas minhas mãos
Mas também pelas mãos que aram
Que semeiam, que agasalham.
Mãos de ternura que libertam da amargura
Mãos que apertam mãos
De caridade, de solidariedade
Mãos dos adeuses
Que ficam feridas
Que enxugam lágrimas e dores sofridas!

Pelas mãos de sinfonias, de poesias, de cirurgias, de psicografias!
Pelas mãos que atendem a velhice
A dor
O desamor!
Pelas mãos que no seio embalam o corpo de um filho alheio sem receio!
E pelos pés que me levam a andar, sem reclamar!


Obrigado Senhor!
Porque me posso movimentar.
Diante do meu corpo perfeito
Eu te quero rogar
Porque eu vejo na Terra
Aleijados, amputados, decepados, paralisados, que se não podem movimentar.

Eu oro por eles
Porque eu sei, que depois desta expiação
Na outra reencarnação
Eles também bailarão!


Obrigado por fim, pelo meu Lar.
É tão maravilhoso ter um lar!
Não é importante se este Lar é uma mansão, se é uma favela, uma tapera, um ninho, um grabato de dor, um bangalô, uma casa do caminho ou seja lá o que for.

Que dentro dele, exista a figura
do amor de mãe, ou de pai
De mulher ou de marido
De filho ou de irmão
A presença de um amigo
A companhia de um cão
Alguém que nos dê a mão!

Mas se eu a ninguém tiver para me amar
Nem um tecto para me agasalhar,
nem uma cama para me deitar
Nem aí reclamarei.
Pelo contrário, eu te direi

Obrigado Senhor!
Porque eu nasci!
Obrigado porque creio em ti
Pelo teu amor, obrigado senhor!

 

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